domingo, 21 de julho de 2013

coisa qualquer

Noites quase chuvosas e quase frias
com cães choramingando a noite
tantos prantos aos cantos
caem os barrancos
e aos solavancos
encontra-se o encanto;

Noites sujas e frias, mais cinzas do que negras.
A sobriedade ébria da cidade grande,
com pequenos gatos fugindo das pedras que as revoltadas
crianças de rua jogam em suas cabeças.
Alguns caem dos muros e são apedrejados por seus meros pecados,
outros são levados ou se rastejam até a luz do poste mais próximo, pedindo por socorro e uma dose de cachaça.
Outros estão em suas casas, dormindo ao lado de suas mulheres e homens, ursinhos de pelúcia e namoradas.
Outros caem doidões na rua e sambam no próprio excremento à procura do que um dia foram,
muitos se encaixam nesse grupo,
aliás.

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