Estou amargo feito
aguardente
e meu efeito em minha
cabeça é
seco e
vazio
sóbrio e triste.
As pessoas passam e
imagino como seria sobreviver no meio delas
elas te esmagam no
metrô e esse deve ser o máximo que se pode esperar delas
em termos de contato.
Vazio e amargo
como a garganta
arranhando com o trago da aguardente
como aposentados na
igreja procurando pelo que não tiveram até agora.
O vinho do padre anula
as palavras do crente.
Os finais de semana são
idosos no asilo. Solitários e senis
o resto dos dias é
como a brisa suave que vai levando
levando...
tudo.
Amorteço as quedas
meu cérebro espreme-se
no crânio.
Há falta de ar como há
de amor no mundo.
Homens abandonados
sozinhos nas vielas, à beira da insanidade
As mulheres se viram
sozinhas. Apaixonam meia dúzia de pobres coitados
e os abandonam no lixo
e deitam-se com os que
sabem doma-las.
eu não sei.
Estou amargo e vazio
e a frieza e amargura
não me pareciam tão sensuais
há quase um ano.
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