A pupila se dilata para
canos gigantes
e fumegantes das
indústrias
Os bares de samba estão
fechados e sem vida
Essa cidade sem
folclore
Nosso folclore sem
cidade
Nossa cultura a gente
engole
Filhos do Poeta de
Andrade
que fazem jus ao seu
criador literário
Correndo Transando
Bebendo Pitando
Fedendo Matando
Sofrendo Cheirando
chorando
Belas bundas redondas
para o deleite de nossa
óptica
apenas,
sem tocar
sem morder
sem exagerar nesse
desfrute visual
porque isso sim é
considerado
Feio;
Os filhos dessa pátria
cinza e amarela
sempre acham o jeito
mais fácil
Todos eles
Todas elas
Todos nós
é a Paulicéia
Desvairada mais vibrante do que nunca,
Modernistas fariam a
Festa no século XXI
ou seriam sumariamente
apedrejados
pixados
e teriam seus óculos
roubados nos bancos das praças paulistas
cariocas curitibanas
nordestinas
norte ao sul com
pinceladas
raivosas e ensandecidas
de artistas de rua
do leste ao oeste
mas o Estado Colorido
Corroído
terra mãe de tantos
Macunaímas
Preguiça da boa e
tabaco de qualidade
em ruas onde qualquer
vira lata é um charme de personalidade e caráter
cães negros revirando
latas de lixo
com mais estilo do que
muitos homens feitos
que já vi;
latrina
batina
lugar de macunaíma
e cordilheiras de
cocaína
indo e vindo como
ônibus numa avenida
nas ruas perfumadas com
carbono
-que horas são, por
favor?
O silêncio
constrangedor morto por buzinas
e motoristas xingando
as
mamães
uns dos outros,
a invejável ausência
de carinho
& amor
do mundo civilizado,
temos as mais belas
e estúpidas garotas
Venham Todos! do quarto
ou quinto mundo
Se apaixonem! Oh!
Lindo!!
se apaixonem e gozem da
paixão recíproca
da cidade
e da cidade...apenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário