Duas estrelas
conversavam através de energias cósmicas do Universo. A conversa
pode ser resumida da seguinte maneira:
- Caramba, cara...não estou me sentindo nada bem ultimamente.
- Verdade? O que sente? - perguntou a outra curiosa
- Cansaço, calor...acho que é a idade – disse cansada à amiga estelar
- E há quanto tempo você está sentindo isso?
- Alguns bilhões de ciclos...não sei, acho que minha hora está chegando, sabe? Já suguei todo o hidrogênio que podia ter sugado e o transformei em hélio e agora estou velha e meu brilho já não é o mesmo.
- Achas que vai explodir por todo o Universo que nem aquela outra fez alguns ciclos atrás?
- Sim, sim...aquilo foi realmente lindo.
Um astro passou por
entre as duas estrelas, num espaço de bilhões e bilhões de anos
luz, e sentiu a presença cósmica das duas:
- Bom ano luz, estrelas. Como vão as senhoras e suas luzes brilhantes nesse momento infinito? - Saudou e perguntou o astro andarilho
- Bom...Eu vou bem, mas a dona estrela nível quatro aqui não parece muito bem – disse a estrela que estava bem
- Pois é...acho que vou me explodir logo menos – comentou a fraca estrela
- Puxa, mas que pena hein dona estrela – disse o astro - Mas sua explosão será um belíssimo de um show e estou honrado de estar passando por esse canto do Universo no exato Tempo cósmico em que acontecer.
- Obrigado, seu astro. Acho que será melhor mesmo...meu núcleo se transformar em ferro, explodir radiação pra tudo quanto é lado, uma supernova...acho que estava na hora disso. Mas o que não queria era estar agonizante desse jeito – tinha um voz triste
- É a lei do Universo, amiga. Todas nós sentimos isso no final de nossa luz e brilho. O que mais sente? Perguntou a estrela mais jovem e menor
- Como se tudo no meu interior estivesse batalhando entre si. Parece que vou vomitar toda a matéria. Meu núcleo parece estar todo fodido.
- Pobre estrela...-lamentou o astro andarilho
Nesse momento uma
forte energia foi sentida por todos os astros e galáxias e outras
estrelas próximas dos três colegas, uma energia vinda da estrela
agonizante e aquilo realmente parecia algo violento acontecendo
dentro da pobre coitada. O astro se assustou:
- Meu cosmos! Isso foi dentro de você, estrela? Está mal mesmo...
- Eu sei, cazzo! O que mais posso fazer? Estou ficando fraca...
- Esperar aí pela explosão...que será das grandes!
- Será mesmo, amiga. Se importa se eu assistir sua explosão?
- De forma alguma, estrela. Fique à vontade...Mas quando chegar a hora saiam de perto ou serão varridas junto com tudo o que estiver no meu caminho. Vou crescer, encolher e explodir com tudo o que tenho dentro de mim saindo mais rápido que nove bilhões de Ferrari juntas, entendem?
- Pode deixar – falaram a estrela e o astro andarilho
- Pelo Cosmos...que cansaço...
- Quem sabe não vira um buraco negro, hum? - sugeriu o astro, querendo anima-la
- Comer tudo eternamente, até que não me parece ruim – e a estrela doente riu
Alguns ciclos
depois, o que para nós pode ser chamado de milhões ou bilhões de
anos, a estrela entrou em todo o processo que disse que aconteceria
com ela e o astro andarilho e a estrela amiga tentaram tomar cuidado.
Cresceu e engoliu tudo à sua volta primeiro. Depois encolheu e ficou
menor que um átomo e toda sua energia e matéria ficaram presas lá
dentro até a hora em que explodiu, mandando tudo pra tudo quanto é
canto do Universo e sua explosão cósmica foi uma das mais belas que
a estrela sua amiga havia visto e uma das mais brilhantes que o astro
andarilho, que já havia passado por muitos cantos do Universo e visto
muitos fenômenos inimagináveis aos nossos olhos, tinha presenciado.
Eles aplaudiram e se despediram de sua amiga estrela explosiva, que
agora era uma fria e modesta anã branca, sem muito brilho e calor.
Mas com uma belíssima nebulosa contornando-a.
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