terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
O pândego.
Quando o palhaço sair da cidade
As crianças irão chorar e as mães sentirão falta
Dos homens fortes e dos formidáveis acrobatas russos.
O palhaço tem na máscara um sorriso vermelho.
Roupas estropiadas, olhando o bater da sola dos seus pés 58.
Rapazes da cidade deram suas risadas para o arlequim de araque,
e já nem lembravam mais quais eram as risadas,
e nem o palhaço as piadas.
Ele segue,
o palhaço, segue o caminho quente com todo o Circo atrás dele.
O Sol parece querer derreter sua pele por dentro da pesada roupa.
Mas não pode se desfazer da roupa,
o personagem tem que existir enquanto houver o Público!
E ele se sente mal por isso.
E por muitas outras coisas.
Mas isso o deixa triste.
Então quem vai fazer o palhaço rir?
Como o que alimenta o vulcão, no meio de tanto calor
se você se jogar dentro dele
Sentirá um frio único e paralisante.
Quem vai fazer, então, o palhaço rir quando o circo se for?
Quando a cidade se for, quando as caravanas coloridas,
as fantasias e os risos histéricos no meio de pipocas e doces...
Ele não consegue.
Não consegue se ver livre de si mesmo.
E sua voz agora é apenas piadas e lamentos sufocados por elas.
Seu sorriso congelou em seu rosto e agora é sua máscara.
Mas seu caminho triste é até a próxima cidade.
Aonde as pessoas se apaixonarão pelos homens fortes,
Cuspirão na mulher barbada e a formidável família de acrobatas russos farão a todos chorar
Seu caminho sem riso acaba quando ele pisa no picadeiro e
Acena com seu chapéu coco vinho;
Quando o sorriso vermelho ganha vida
e consegue mascarar até o próprio palhaço por algum tempo.
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O palhaço representa qualquer um. Homens que lutam, que são felizes, até a próxima pedra em nosso caminho. Mas assim como na vida do palhaço, voltaremos a sorrir.
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