À noite as sombras
caem
cobrindo como uma manta
negra
todas as vivas almas
os gatos bandolam
cães ladram
homens destroem seus
templos
crianças dormem
poemas imortais nascem,
filhos prodígios de milhões de vadios espalhados pelo escuro
as putas e os loucos
fazem parte da mesma
massa.
Um tiro.
Dois tiros.
Latidos e miados,
baratas por cima dos ratos
latas de lixo tombadas,
vandalizadas, incendiadas
a Lua gorda é perfeita
sozinha no topo
estrelas não existem
na cidade, não
nossa ignorância barra
sua luz cósmica e pura.
Ninguém. Ninguém
apenas ruídos pela
metade. E a Lua.
Uma parte da raça
humana para.
Dorme.
Os vermes continuam
trabalhando embaixo da terra.
Lá é sempre noite
Batalhões de formigas
varam a floresta negra
onças bandolam como
seus primos felinos
à noite.
Um bebum rola ladeira
abaixo
e seu copo continua
inteiro, noite.
As escolas parecem
escombros de guerra sem a vivência do Sol,
os prédios são banhados pela sombra e o canto dos pássaros está morto até a próxima aurora,
noite.
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