terça-feira, 6 de março de 2012

HEIL!

HEIL!

Equilibro-me na esperança momentânea
de tempos em tempos
chorando no escuro
estradas e o frio de uma noite de verão
ignorado e solitário
feliz enfim
amigos comigo e a mente aguçada
alerta, a cabeça caída
divagando quase chorando
semanas difíceis e aceitação de poucos

milagres não existem e a vida nada mais é do que pagar o dízimo a nós mesmos
Um cachorro fedendo na rua e baratas brancas nascendo nos boeiros
mijo de rato nos muros grafitados
na avenida um pedinte de oito anos
é desmembrado
por um Porsche
e o sem teto arde em chamas
com o sangue clareado pelo álcool
Nos hospitais particulares
um bebê já nasce sem cérebro
massa cefálica inválida
Salve Esparta!
Um alcoólatra atropela uma grávida e seu feto é jogado há dezenas de metros
do local
não sentimos mais nada por eles
nem por nós
amor sucateado
viver foi vulgarizado
na vida encontra-se o que na morte não poderá ser achado.

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