Costumava pensar em Jay Kay todos os
dias
sem pular um
sem pular um segundo, um minuto, uma hora
não pulava um
maldito
dia
e ela pulava também, sempre pulava
de homem para homem
fodendo corações e pintos
caçoando dos outros para mim e comparando-os comigo
sempre me humilhando
e eu, eu ria
eu ria.
ria de pena de mim mesmo, ria com o nervosismo
ria com a trombose que aquelas comparações e toda a agonia que a situação causava
e do conhecido aperto que dá no peito quando
vivenciamos
experiências de merda
como essa.
E para sua boca
rosada
eu chorava
para mim mesmo
TODOS
OS
DIAS
e não conseguia derramar uma lágrima
por ela
talvez no fundo soubesse que ela não valesse nada
nem uma gozada
nem uma jorrada de filhos meus em potencial
mas eu me deitava
:me banhava;
:me masturbava;
:me cortava;
:me xingava;
:me amaldiçoava;
:me odiava e
ME matava
pensando nela. sempre nela
nenhuma outra valia a pena pensar
nenhuma outra valia a pena ouvir
nenhuma outra valia a pena existir
só queria ela;
gostamos de nos foder
e sofrer.
sempre penso que se as pessoas fossem menos
frias
talvez o mundo fosse um lugar menos detestável
e eu não estaria aqui escrevendo isso
e sim me embriagando
como todo bom jovem deveria fazer
e tentando arranjar uma transa para hoje à noite.
mas sinto-me melhor assim
pra falar a verdade
com a humanidade sendo fria e egoísta
pensando que todos são tão diferentes um
do outro e
tentando passar por cima um
do outro e
conseguindo.
e devo agradecer à Jay Kay e os vários pseudônimos que criei para ela
-inclusive esse-
em contos e poemas
por me deixar nesse estado durante tantos meses.
graças a deus eu nasci com essa vontade de escrever e me manter longe de todos.
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