quarta-feira, 3 de agosto de 2011

gabe.

corro no banheiro fazendo a barba
tudo embaçado, minha visão se limita
a vapor
e pingos d’água
caindo no chão do meu corpo ensopado
passo a gilete com ansiedade e
                                                         velocidade
enquanto o tempo corre e me preparo para atrasar
saio correndo de casa com minhas coxas
transpirando e minha bunda já ensopada
- a pior sensação do mundo se você é gordo
mas o que se quer de um gordo sem ninguém há oito meses? –

;novamente vivan está atrasada e não me surpreendo
mas a ansiedade continua me matando
uma garota me esperando
e meu pênis latejando;

encontro-a no vagão combinado
não a vejo também em meses
nos abraçamos, conversamos
pergunto sobre sua amiga
                                               - está interessa?
                                                - falou que nem quer ver o filme, hahaha
meu riso tímido
exala vitória
e satisfação
continuamos conversando vagamente
sobre mulher e
sexo
evidentemente

descemos  na estação combinada
vivian e seu namorado se beijam
sinto desconforto e timidez
                   como sempre
andamos uns metros
:entre centenas
não
milhares de bundões e vagabundas
que não valem
nem  um balde
cheio
de cocô daquele macaco de bunda vermelha
coisa horripilante, diga-se de passagem:
encontramos Gabe
amiga de Vivian
primeira madame
que tenho alguma chance
em não sei quanto tempo
dou um oi e um beijo
                                                                            no rosto
{belíssima bunda, peito pequeno mas bem formado, rosto não é dos melhores > está ótima para mim. fama de degustadora de picas e garotos iniciantes – estou finalmente feliz em muito tempo.

andamos
conversamos
puxo o saco
faço piadas
babacas
Gabe ri                          -estou indo bem
                                       -gordeliz mandando bem
pago seu ingresso sob protesto da mesma
tiro um pequeno calhamaço de notas pequenas
e entrego-as à moça . analiso novamente os belos glúteos de Gabe.
imagino minhas mãos possuindo
arranhando
marcando
aquela fantástica carne
branca
lembro de suas fotos de biquini
que vivian mostrou-me
felicidade
felicidade, olá!

vão comer.
não pago a refeição, mas levo seu prato até a mesa      
                                “que cavalheiro você é, haha”- gabe
comem
vivian enrola de novo para comer
estou impaciente
com um tesão acumulado
tento controlar. ok.

entramos no cinema
breu
lotado
exatos 4 lugares na primeira fileira
sentamos e alongamos os pescoços
preparando-nos para o torcicolo
trailers
conversas
risadas – gabe já havia visto o filme e detestado
“ok, ela não vai ver nada mesmo” – penso
espero um tempo

pego em sua mão suavemente
me olha com ternura
me aproximo
                           “Para” – ela diz, soltando a palavra como se estivesse  sido após um orgasmos dos bons.
me volto para aquele ruim que não tem fim

ela comenta algo no meu ouvido
mais tarde
não presto atenção e me aproximo de seu rosto
toco-o
                     -vem cá – duas vezes, carinhosamente

                            “PARA” – riso abafado
abaixo um pouco a cabeça e
terminamos
o filme
vivian e daniel nos olham com dúvida
e disfarço interesse em tudo
tomam sorvete
gabe pega um bem caro
                                          fico longe na hora de pagar
oferece e recuso – roubo o de vivian
numa livraria próxima, compro
finalmente
Big Sur – Kerouac


Metrô: “ e aí?!”  - vivian
“sei lá”
“no banheiro ela falou que você pegou na mão dela no começo do filme e depois não fez mais nada. ela queria...
“é”

mais tarde descobri que não teria tempo para ler
Big Sur – Kerouac
não
naquele mês.

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